Nuevas odas elementales-Oda a la bella desnuda

ODA A LA BELLA DESNUDA
Los chicos del coro
Debajo de tu piel vive la luna!!!

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ODE À BELA DESNUDA
Pablo Neruda

Com casto coração, com olhos
puros,
te realizo, beleza,
retendo o sangue
para que surja e siga
a linha, teu contorno,
para
que você deite a minha ode
como em terra de florestas ou de espuma,
em aroma terrestre
ou em música marina.

Bela desnuda,
igual
teus pés arqueados
por um antigo golpe
de vento ou do som
que teus orelhas,
búzios mínimas
do esplêndido mar americano.Iguais são teus peitos
de paralela plenitude, acumulados
pela luz da vida.
Iguais são
voando
tuas pálpebras de trigo
que descobrem
ou fecham
dois paises profundos em teus olhos.

A linha que tua costas
dividiu
em pálidas regiões
se perde e surge
em dois [tersas] metades
de maçã,
e segue separando tua formosura
em duas colunas
de ouro queimado, de alabastro fino,
a perder-se em teus pés como em duas uvas,
desde onde outra vez arde e se eleva
a árvore duplo de tua simetria,fogo florido, candelabro aberto,
[turgente] fruta erguida
sobre o pacto do mar e da terra.

Teu corpo, em que matéria,
ágata, quartzo, trigo,
se plasmou, foi subindo
como o pão se levanta
da temperatura
e assinalou colinas
prateadas,
vales de um só pétala, doçuras
de profundo veludo,
até ficar coalhada
a fina e firme forma feminina?


Não só é luz que cai
sobre o mundo
o que alarga em teu corpo
sua neve sufocada,
mas se desprende
de ti a claridade como se você fosse
acesa interiormente.

Debaixo de tua pele vive a lua.